Falta de investimento na manutenção e renovação da frota de Higiene Urbana
Face ao trágico acidente ocorrido na madrugada de 17 outubro, na Avenida de Berlim, envolvendo duas viaturas pesadas de remoção de resíduos sólidos, da Câmara Municipal de Lisboa (CML), o STML, antes de mais, lamenta a morte do condutor da viatura ligeira, endereçando as suas condolências à família e amigos da vítima, e deseja uma rápida recuperação dos dois trabalhadores condutores da Higiene Urbana da CML.
Apesar de, até ao momento, não serem conhecidas as verdadeiras causas e responsabilidades deste violento acidente, aguardaremos as conclusões que decorrerão dos necessários inquéritos e peritagens a desenvolver. No entanto, o STML não pode deixar de lembrar as inúmeras vezes que no curso do mandato de Carlos Moedas, reivindicou junto da CML a melhoria das condições de trabalho e de segurança dos trabalhadores da Higiene Urbana, inclusive na frota de viaturas de remoção. Ao mesmo tempo que alertou para vários problemas quer ao nível da falta de investimento nos serviços de manutenção das viaturas quer ao nível do investimento na aquisição de viaturas para substituir as mais antigas, algumas destas com mais de 20 anos de serviço, reforço do contingente de veículos para a prestação deste importante Serviço Público na cidade de Lisboa.
Entre outras, estas foram reivindicações sempre presentes num processo de luta iniciado em 2021, com a entrega ao Presidente da CML de um caderno reivindicativo dos trabalhadores da Higiene Urbana, continuado em 2022 com a realização de plenários gerais destes trabalhadores na Praça do Município, a que se seguiram as paralisações parciais, em greve, de 2 horas em cada horário, em junho de 2023, que resultaram num acordo em que a CML se comprometia a resolver uma série de questões incluindo o investimento nas condições da frota municipal de Higiene Urbana. Já em 2024, com a entrega de um abaixo-assinado com mais de 800 assinaturas de trabalhadores alertando Carlos Moedas para o incumprimento do referido acordo, o que veio depois no final de 2024 a estar na base da Greve de 2 dias, convocada pelo STML e STAL, dos trabalhadores da Higiene Urbana levada a cabo entre o Natal e o Ano Novo.
Já em fevereiro de 2025, numa reunião com os sindicatos que convocaram a greve, a CML informou que estaria a trabalhar num plano de aquisição de viaturas que em agosto, segundo a Direção Municipal de Higiene Urbana, ainda aguardava validação do executivo camarário.
Podemos afirmar que a CML foi totalmente displicente, na forma e no tempo, a lidar com os alertas e reivindicações que os trabalhadores da Higiene Urbana e o seu sindicato, o STML, foram colocando ao longo de todo o mandato de Carlos Moedas sobre o estado da frota do serviço municipal de remoção, tanto pesada como ligeira, e a falta de investimento na sua manutenção e renovação, mesmo que tal já não evite este e outros acidentes ocorridos, envolvendo viaturas e trabalhadores municipais.
Estará, no entanto, nas mãos de Carlos Moedas e do seu novo executivo lidar de forma, mais célere e consequente, com todas as reivindicações relacionadas com as condições de trabalho, segurança dos trabalhadores e os problemas da frota municipal de Higiene Urbana atrás mencionados, entre outras, ainda por cumprir do acordo alcançado em 2023, assim como evitar que a luta dos trabalhadores da Higiene Urbana de Lisboa volte a ter de ser uma necessidade para que estes defendam os seus direitos, a sua saúde e integridade física, condições de trabalho dignas e o serviço público de Higiene Urbana que Lisboa carece e merece.
Sindicaliza-te!
Juntos somos mais fortes.

