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Trabalhadores da CML que sofrem acidentes de trabalho no decorrer da sua atividade profissional são tratados como peças descartáveis! Versão para impressão Enviar por E-mail
Quinta, 18 Abril 2013 14:03

acidentes_em_servio_200x114Nas últimas semanas os trabalhadores sinistrados têm sido objeto de constantes pressões e assédio para que assinem documentos de natureza duvidosa e previamente preenchidos pelos médicos da medicina do trabalho, onde consta um pedido de reconhecimento da sua patologia, resultado do acidente de trabalho, como doença profissional.

Os trabalhadores são posteriormente “aconselhados” a entregarem estes documentos, forjados sem o seu consentimento, junto do Centro Nacional de Proteção Contra os Riscos Profissionais - CNPCRP.

As dúvidas que se levantam perante esta transferência de responsabilidades são:

  • Como se pode revogar o ato administrativo do reconhecimento de acidente de trabalho, ato esse que foi reconhecido e assumido pelo presidente da CML ou por quem foi delegada essa competência?
  • Quem assumirá todos os tratamentos, acompanhamento e proteção destes trabalhadores?
  • Se o CNPCRP indeferir estes pedidos quem ficará com a responsabilidade de recuperar o trabalhador?
  • Como se pode dar alta ou cortar tratamentos aos trabalhadores que ainda não estão recuperados?

Os trabalhadores acidentados têm sido alvo de uma campanha ignóbil, desumana e inaceitável por parte de alguns médicos da medicina do trabalho da autarquia com a complacência, consciente diga-se, dos responsáveis desta casa.

Nas várias reuniões efetuadas com responsáveis da CML, o STML facilmente percebeu as motivações que estão por detrás desta estratégia que define os trabalhadores como peças descartáveis e pediu já uma reunião à Vereadora responsável pelos recursos humanos que teima em não receber o Sindicato.

Uma estratégia que visa mascarar os índices de sinistros – acidentes em trabalho, cujos fundamentos de natureza unicamente económica, secundariza, desvaloriza e despreza os dramas humanos que um acidente de trabalho com gravidade pode provocar na vida de um trabalhador.

Os acidentes de trabalho, têm como consequências imediatas alterações profundas na vida profissional, pessoal e familiar de dezenas de trabalhadores. É prática necessária, corrente e indispensável, os tratamentos prolongados, os sucessivos planos de terapia, física e psicológica, com os transtornos evidentes e desgaste profundo que daí decorre.

A responsabilidade em acompanhar os trabalhadores sinistrados, incapacitados momentaneamente fruto de um acidente de trabalho, é única e exclusivamente da entidade empregadora, neste caso, da Câmara Municipal. O tempo necessário para a recuperação condigna destes trabalhadores obriga a um acompanhamento médico responsável e competente. Este acompanhamento parece que não está a ser feito adequadamente na autarquia de Lisboa!

Os profissionais de saúde da CML, concretamente os médicos da Medicina do Trabalho têm assumido comportamentos inaceitáveis para quem fez um juramento em defesa da vida humana. Comportam-se como verdadeiros financeiros e, aparentemente, transformaram-se em médicos cuja principal ferramenta é agora a máquina de calcular em vez do habitual estetoscópio.

Os trabalhadores sinistrados não são números e não podem ser observados através de critérios de custo / benefício. São seres humanos que devem ser tratados, acompanhados e recuperados com o respeito a que têm DIREITO.

Deste modo os trabalhadores sinistrados do trabalho e o STML irão contestar e denunciar estas práticas no próximo dia 23 de Abril, às 10h00 junto ao Edifício dos Serviços Sociais da CML.

Os trabalhadores da CML acidentados que estejam ao serviço (serviços moderados), ou em recuperação, têm dispensa ao abrigo da Lei n.º 59/2008 entre as 09H00 e as 12H00.

 

Lutamos pelos nossos direitos e não aceitamos a política de desresponsabilização da CML!