Próxima iniciativa da Comissão dos Reformados – 6 de Maio de 2015 às 14h30 Visita guiada à Exposição "Varinas de Lisboa, Memórias da Cidade" Versão para impressão
Segunda, 27 Abril 2015 09:23

Varina e marinheiro reduzidoA exposição no Pavilhão Preto do Núcleo do Museu da Cidade, no Campo Grande, homenageia-as e abre uma janela sobre a história destas mulheres.
Há dois séculos que as varinas de Lisboa são um ícone popular a perdurar no imaginário nacional, mesmo depois de terem deixado de percorrer as ruas da cidade.

As varinas de Lisboa surgiram em meados do século XIX e começaram por ser Ovarinas, porque eram principalmente oriundas de Ovar, Murtosa e outras localidades perto de Aveiro e vinham para Lisboa em busca de trabalho. Os caprichos do uso e do tempo retiraram-lhe do nome uma letra que lhes traía a origem e indiciava uma história de migração.

Num contexto social dominado pelos homens, a mulher varina destacou-se pela liberdade de linguagem e forma de ser, numa sociedade fechada e conservadora.

Foto varina reduzidoDe manhã cedo apregoavam o peixe comprado na lota e percorriam a cidade, vendendo o peixe de porta em porta, de pés descalços e canastra à cabeça. Cinco anos passados, uma lei interditava as varinas de Lisboa de calcorrearem descalças as ruas da cidade, imposição que só conseguiu apurar o seu equilíbrio e o engenho para fugir à polícia.

Mulheres de têmpera rija, habituadas às durezas do campo e da pesca, tornaram-se num símbolo da cidade, com os seus pregões e as suas vestimentas características e também com a sua relativa liberdade e esperteza afiada na vivência de rua e de bairro. Esta presença marcante não passou despercebida ao Estado Novo, que se apropria desta figura popular no seu discurso propagandístico.

São mulheres de uma elegância que me fez parar muitas vezes para admirá-las. No grupo em que estava, fotografámo-las e pusemos na nossa mesa de refeição, a bordo, os retratos, segundo Albert Einstein que em 1925 bilhete postal varina reduzidoaproveitou dia da escala do seu navio em Lisboa para fotografar as varinas de Lisboa.

A exposição abrange várias épocas de escolas diversas, naturalistas, modernistas, neorrealistas com obras de Almada Negreiros, Mário Eloy, Júlio Pomar, telas, esculturas em cerâmica, tapeçarias, fotografias, gravuras, postais, documentos oficiais, objectos, recortes de jornais, desenhos de jornais satíricos do seculo XIX, selos e programas de revistas do Parque Mayer.

Há lugar para caricaturas da varina mais feérica e colorida, da imagem oficial com que o Estado Novo vendia Lisboa aos turistas e para a varina de pele mais tisnada e enrugada das fotos dos seguidores do fotojornalismo de Cartier Bresson e um documentário com excertos de testemunhos de cinco peixeiras, com idades próximas dos 80 anos, residentes nos bairros da Madragoa, Alfama e Mouraria.

 

Complementar a esta, a exposição "Vivinha a Saltar!" na Casa Museu Bordalo Pinheiro

 

Fotografias aqui!

 

 

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