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Machadada Final no DRMM Versão para impressão Enviar por E-mail
Quarta, 10 Novembro 2010 19:53
Proposta de Nova Orgânica dos Serviços da CML

Passo decisivo para a Privatização destes importantes Serviços Públicos Municipais

 

Reparação Motor DieselO processo de reestruturação de serviços da CML, desencadeado pelo actual Presidente da CML, pretende definir desde já a “externalização” de importantes serviços da CML, entre os quais e surpreendentemente os actuais serviços do DRMM - Departamento de Reparação e Manutenção Mecânica.

Contrariando o que até agora vinha sendo afirmado pelo próprio Presidente da CML e as orientações propostas no estudo efectuado, que em principio deveria servir de base à proposta formal de reestruturação apresentada, avança-se agora com a extinção do DRMM propondo-se em sua substituição a criação de uma simples divisão, pendurada na órbita do gigantesco e agora proposto DHUCU que por sua vez é apontado como, “Área de Serviços Externizável” concretizando-se assim a machadada final no DRMM.

As tentativas de privatização nesta área já remontam aos anos 80. Mas com firme a oposição dos trabalhadores e suas organizações, conseguiu-se sempre evitar que a prestação destes serviços públicos essenciais ao funcionamento da nossa cidade caísse nas mãos dos interesses privados, cujo fim único é a obtenção do máximo lucro com o mínimo custo. E nesse mínimo custo, entra a exploração máxima dos seus trabalhadores, com contrapartidas mínimas em termos de direitos e de salários.


Recordemos antes de mais o seguinte:

 

  • Desinvestiu-se, ano após ano, nas instalações e nos equipamentos disponíveis para o exercício de uma actividade com exigências crescentes em termos de complexidade técnica dos veículos a assistir.

  • Desorganizou-se a gestão de stocks e sua manutenção, inviabilizando muitas vezes a execução interna dos serviços, empurrando para fora o que podia ser feito dentro.

  • Através de regulamentos e delegações de competências, reduziram-se as atribuições do DRMM em matéria de gestão de frota, dispersando a responsabilidade sobre esta.

  • Gestão global desgarrada, apenas focada em resultados sectoriais imediatistas, pois o objectivo central é “desenrascar” o dia-a-dia da Remoção de Resíduos Sólidos.

  • Divisão dos trabalhadores, com instituição de práticas selectivas de favorecimento ilegítimo em termos de assiduidade e remunerações acessórias. Implementação grosseira dos métodos de avaliação SIADAP, sem lógica nem rigor. Desmotivação geral que atravessa, todos os sectores.

  • Alienação da maior parte das funções atribuídas da gestão da frota, seu planeamento, aquisição e substituição, que passou, no essencial, a ser ditada do exterior do DRMM, servindo este para tratar e assinar alguns papéis.

Importa ainda não esquecer a apresentação na CML do Plano de Urbanização da Área Envolvente à Gare do Oriente, que prevê a demolição do complexo de Olivais 2, surgindo em seu lugar novos edifícios e torres para alimentar os negócios do imobiliário. Os trabalhadores e o STML manifestaram-se por diversas formas, obrigando a administração a desfazer-se em desmentidos e exercícios dilatórios. O que é um facto, é que a intenção mantém-se e os projectos foram mais uma vez anunciados no recente salão do imobiliário.

 

NO ÂMBITO DO ACTUAL PROCESSO DE REESTRUTURAÇÃO, ATENTE-SE NO SEGUINTE:

  • 20 de Setembro de 2010 – Apresentação de um estudo de reestruturação dos serviços, que define os actuais DRMM e DHURS como dois departamentos autónomos no âmbito do DMAU, embora ambos apontados para externalização. Sendo um dos objectivos, centrais do Presidente da CML, retirar a Recolha de Resíduos Urbanos dos serviços municipais, o DRMM seguiria “por arrasto” no mesmo pacote.

Aos trabalhadores do DRMM nada é dito sobre o assunto, pela sua hierarquia.


  • 27 de Outubro de 2010 – Apresentação da proposta formal de reestruturação em que, surpreendentemente e contrariando o estudo anterior, se despromove o DRMM a simples divisão na órbita do gigantesco DHUCU, a externalizar oportunamente. Consumar-se-ia, com mais este golpe, a vitória dos que sempre se opuseram, à existência de um departamento autónomo, gestor global dos transportes municipais.

Aos trabalhadores do DRMM nada é dito sobre o assunto, pela sua hierarquia.

 

  • 28 de Outubro de 2010 – o Director do DRMM, após estes anos de “esforçados” trabalhos de corrosão de uma estrutura outrora prestigiada e das melhores organizadas do município, anuncia alegre e despreocupadamente, que transita de imediato para um lugar dirigente para o qual havia sido convidado pelo Sr. Vereador do Trânsito, abandonando o barco à deriva, num momento crucial da vida desta organização.

  • 5 de Novembro de 2010 – Último (?) acto desta novela de “cordel”: o Director do DRMM, regressa de novo ao Departamento.

 

É intolerável e afrontoso o modo como o DRMM e os seus trabalhadores têm sido tratados, de que estes últimos episódios são uma caricatura grotesca. Revelador do desprezo a que temos sido votados e da impunidade de que gozam os protagonistas desta comédia de mau gosto.

 

 

É TEMPO DE DIZER BASTA!

É TEMPO DE IMPEDIR QUE BRINQUEM COM O NOSSO FUTURO!

 

Não nos podemos deixar abater pelo desânimo. Apelamos a que estejam atentos, informando o STML de novos desenvolvimentos e mantendo-se informados através dos delegados sindicais e do nosso sítio na Internet.

Precisamos do apoio e união de todos, para as lutas que se avizinham, tanto na defesa dos serviços municipais agora ameaçados, como dos nossos postos de trabalho dos quais depende a nossa sobrevivência.

Apesar de tudo a que têm sido submetidos nos últimos anos, este departamento e os seus trabalhadores têm capacidade técnica e organizativa que, uma vez dinamizada e motivada, permitirá retomar um trabalho consistente na gestão da frota e sua manutenção, no apoio a todas as actividades municipais.

 

Não à destruição do DRMM!

Não à externalização dos seus serviços!

 

Sim à sua integração, em serviços municipais vocacionados para o apoio,

em viaturas e oficinas, a todas as actividades da CML!