Visita de 25 Julho de 2017 - exposição "Debaixo dos Nossos Pés" Versão para impressão
Terça, 29 Agosto 2017 09:18

1-minimizadaA Comissão de Reformados do STML voltou ao Torreão Poente do Terreiro Paço para ver uma nova exposição - "DEBAIXO DOS NOSSOS PÉS" - sob a orientação de Joana Olivença, o que ajudou os 14 associados a entende melhor a história da cidade e das pessoas que a habitaram.

O tipo de revestimento do solo é fruto das necessidades do homem que, aguçando a sua capacidade inventiva, foi encontrando sempre novas soluções com base em muitas experiências, ensaios e erros.

A utilização dos coches, liteiras e seges obrigou a um constante alargamento e alteração da pavimentação das ruas e os impostos necessários para o seu arranjo exigiram soluções distintas, consoante a capacidade económica das classes predominantes em cada zona da cidade. Embora o aparecimento do automóvel tenha colocado novos desafios, a pedra e a cerâmica continuaram a ser os materiais mais utilizados.

Chamar a atenção para o chão que todos os dias pisamos, deter os olhos nos padrões da calçada portuguesa que mãos hábeis fizeram, constitui um tributo a todos os que possibilitaram que percorrêssemos Lisboa, desde a Pré-História até aos nossos dias.

Interessante foi também a observação de uma carta geológica da região de Lisboa que assinala toda a riqueza da matéria-prima necessária à pavimentação: um pedaço de calcário com fósseis de conchas, um fuste da época romana esculpido nesse material, a argila utilizada nos primeiros pavimentos do séc. V a.C. e um pedaço de pavimento, da zona do Castelo de São Jorge, que mostra como a argila era sujeita ao fogo, ganhando um tom mais vermelho e maior resistência.

A reconstituição dum revestimento com seixo colado dos séc. V/IV a.C., alguns revestimentos mais decorativos, da época romana, e outros de cariz mais prático, como o opus signinum, feito de pedaços muito pequenos de argila com argamassa, o que o tornava mais resistente e impermeável. Na Idade Média surgiu um sucessor do opus signinum, feito com argila, cal e areia, o que o tornava bastante mais compacto.

Um quadro do pintor holandês Dirk Stoop retrata em pormenor o Terreiro do Paço em meados do séc. XVII e Joana Olivença refere-nos, que ali mesmo ao lado a antiga Rua Nova foi mandada pavimentar por D. João II com granito vindo do Porto.Mais tarde, o pavimento com vários níveis de pedras cobertas com alcatrão, inventado pelo escocês John McAdam, foi muito contestado pela poeira que levantava, sobretudo pelas senhoras ao passarem com os seus longos vestidos.

 

A exposição finaliza com a calçada portuguesa, os moldes de madeira dos desenhos que a compõem e os instrumentos utilizados pelos calceteiros.

 

Pudemos ainda assistir ao vídeo com a reconstituição de um dos poucos pavimentos do séc. XIV que restam na cidade, o da Capela de Santo Estêvão no claustro da Sé.

 

Fotos aqui!

 

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